sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Modo Karina sem rotina

Sempre, ou pelo menos desde que tenho conquistado minha independência, fui uma pessoa que preferiu a não rotina. Haha. Ficar meia hora sentada, aos sábados, pensando o que comer no café da manhã, ao invés de comer o que se come no café da manhã todos os dias, ué. A pessoa que volta da academia e fica deitada no chão esperando o corpo esfriar, como se não tivesse nenhuma obrigação na vida.... Eu mesma, que sempre acordo horrível na segunda, pq o clima do fim-de-semana fica comigo até a madrugada de segunda, querendo aproveitar o gostinho de férias-só-que-não... Na verdade, eu gosto de me deixar ser assim. Mas a vida me obriga a ter rotina às vezes. No entanto, ontem e hoje percebi a graça de se deixar levar por uma vida desapegada da ansiedade que é ter uma rotina regrada.
Numa rotina, as coisas têm horários pra acontecer. Sair de um lugar x horas, pra chegar um tal lugar y horas. Começar a fazer w às n horas, e ter que terminar no máximo até f horas. Enfim. Ontem, nem lembro porque, saí um pouco mais tarde do estágio. Assim que saí da porta da unidade, dei de cara com uma mulher perdida, perguntando onde era a saída. Ela claramente estava desesperada, e ao tentar explicar por qual saída queria sair, começou a chorar e disse que o irmão dela tinha acabado de falecer e que ela não conseguia se nortear pra achar a saída. Eu falei que a guiaria, pra onde eu achava que devia ser. Chegamos na saída que eu deveria sair, mas ela não. Fomos seguindo as direções do segurança, e chegamos na saída que ela devia sair. O hospital é enorme, e rendeu umas pernadas, e também uma boa conversa. Pude falar sobre o sentido da vida, falei sobre viver pra Deus, e foi-se ali uma sementinha. Chegando ali, encontramos sua sobrinha, que caía em choro; achei melhor não me meter. Mas de alguma forma ainda me sentia ligada à Célia (nome fictício), como se eu fosse uma dona de casa que ama plantas, e acabou de colocar uma sementinha na terra úmida pelo orvalho. A ansiedade em saber se a bichinha vai germinar.
Hoje, eu deixei de ir numa reunião da igreja, pra fazer um trabalho da faculdade. Eu fiquei mal, porque eu poderia deixar na papelaria pra eles fazerem o trabalho, enquanto eu ficasse na reunião, e depois, ia buscar. Mas achei corrido demais e as papelarias perto da igreja podiam ser mais $$$ do que as perto da faculdade. Foi o que eu fiz. Então almocei no estágio. Sobrou comida de paciente (intacto, por alta médica ou prevenção -faz pra sobrar, caso haja imprevistos) e eu comi aquilo. Nisso, rolou uma conversa na copa com uma funcionária que acabou numa ferida emocional. Ela saiu abruptamente pra ir ao banheiro enxugar as lágrimas. Eu fiquei na copa refletindo, comecei a arrumar minhas coisas pra ir embora, porque não sabia se ela queria continuar conversando comigo, já que o assunto a fazia chorar. Não me pareceu certo ir embora sem dar uma conclusão ao tema começado. Fui ao banheiro, dei um abraço nela. 
Aqui estou, na cama, refletindo sobre o dia que passou, e me ocorrem palavras na mente, e resolvo escrever uma carta para minha nova amiga. Nela, apresento-me como testemunha viva da existência de Deus, e apresento-lhe brevemente uma Vida vivida para ele. 
Não conheço a conclusão dessa história, e provavelmente não ficarei sabendo. Mas... Como um amigo me ensinou, a gente não precisa ou não deve querer ficar sabendo se a semente respondeu à umidade da terra e germinou. Porque senão, a jardineira vai achar que de tanto observar a semente, ela que fez germinar. Mas não foi, a glória e a ação foi de Deus. Ele quem convence o coração das pessoas. A gente SÓ precisa se dispor a fazer parte do processo. Ser a pázinha que ara a terra, o pacotinho bem selado que isola a semente da umidade do ar antes de ser plantada, o adubo que vai cuidadosamente ser colocado junto à planta, a água que vai refletir a luz do Sol e vai dar mais luminosidade pra plantinha crescer. Você pode escolher: quem você quer ser?
Talvez seja por isso que Deus não gosta que sejamos ansiosos. Porque na ansiedade e numa vida quadrada, nós estamos no controle.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Pioderma inspiration

Pra quem não sabe, estou fazendo estágio na enfermaria de Dermatologia do HC. Existe uma paciente internada há 51 dias consecutivos (teve outras internações anteriores, longas tbm) por Pioderma gangrenoso. É uma doença que tem que fazer curativo todo dia. E nas última semanas, novas feridas têm surgido no corpo dessa menina, o que não é bom sinal. Antes, era só nos pés. Depois foi abrindo bolha nas coxas...agora já tem no couro cabeludo também. E quando faz curativo na cabeça, ela chora bastante. Grita bastante. Com analgésico ou sem analgésico. E às vezes, com o curativo sujo, nas visitas, eu percebo um cheiro, por causa do exsudato da ferida. 

Hoje estava pensando no sofrimento dessa paciente. Pensando que se fosse por ela, ela talvez escolhesse não ter que fazer o curativo pra que não sofresse. E não é assim tbm com as nossas feridas? Deus quer limpar, fazer curativo, pra entrar no processo de cicatrização até que se feche. Dói ter que deixar mexer. Mas se a gente não fazer curativo de tempos em tempos, começa a acumular tanto exsudato, e aquilo fica cheirando... Mas isso não é tão importante. A ferida sem curativo e não tomar os remédios direito pode aumentar a atividade da doença, e aumentar o tamanho de número das feridas. Até que elas nos consumam, infectam, e causam a morte. 
Não deixe que suas feridas matem sua alma, seu espírito, e por fim, cheguem ao seu corpo (sintomas físicos e mentais devido sentimentos e hábitos ruins). Deixe Deus fazer o curativo.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Minha nova parede

Deus me mostrou que somos todos seres inacabados. Não somos completos. Não somos projetos terminados.
Todo mundo grita por algo. Cada um busca e lê a bíblia por um motivo. Cada um chora por um motivo. Cada um tem o seu coração derretido em gratidão por um motivo. 
E fico imaginando como que Deus recebe tudo isso. Como ele administra. É muito amor para querer salvar todo mundo. Ele atende e ouve o clamor de todo mundo
Como ele consegue ser só meu no meu silêncio?
Como ele conseguiu morrer por todos que existiam, e que iriam vir?! Como ele conseguiu carregar esse peso?
Como ele consegue ter paciência na minha lerdeza em perceber a urgência da mensagem do evangelho? Sendo que ele já morreu na cruz como um ato para simbolizar a intensidade desse amor?
Já não teria bastado ele ser nosso Criador e Criador de todas as coisas acima e abaixo de nós para demonstrar esse amor?
Tudo que nos rodeia, as porcentagens dos gases do ar compatíveis com o nosso modo de respirar, a distância ideal entre o Sol e a Terra, o paladar, a visão: a oportunidade de ver e contemplar tudo o que ele criou para nós!
É como se cada elemento, visível e invisível, líquido ou eletromagnético, a nossa volta, fosse uma caixa de som bombando uma canção de amor diferente, como várias tentativas de nos fazer enxergar o amor dele por nós.
É como se cada pedacinho da história da humanidade gritasse sobre a soberania dele.
É como se ele voluntariamente diminuísse os batimentos cardíacos dele, aumentados pela ansiedade em querer voltar e buscar os que clamam, só para que ele pudesse resgatar o máximo possível pro novo Jardim...
Parece loucura, mas todo joelho vai se dobrar diante dele quando ele vier. E toda língua vai confessar.
Pai, dá-nos mais fé para que possamos te agradar mais. 

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Billy Elliot

Eu gostei mais do filme do que achei que gostaria! Wow.
Gostei muito do enredo, mas principalmente da filmagem, e das formas de expressão que o filme mostra....expressões faciais, as palavras escolhidas, o diálogo, os personagens... Gostei muito.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Imagens sobre a Vida

Me vieram duas imagens de como imagino ser minha vida atual:

1) A clássica metáfora de Deus como oleiro e nós o barro.
Uma vez minha mãe me contou que no barro tem muitos pedregulhos, às vezes cacos de vidro, e que machucam a mão do oleiro, pois a máquina gira muito rápido e vc não vê o que tem no barro.
Imaginei que esses pequenos pedregulhos são as dificuldades pequenas que encontramos no nosso dia a dia, decisões simples de "perdoar ou não" "andar outra milha ou não" "ser generoso ou não"... Nós permitimos tirar os pedregulhos e cacos de vidro ou continuar machucando as mãos do Oleiro.
E tem pedras ENORMES, que estão encrustadas no barro, faz até um calombo enorme, como se fosse uma espinha prestes a estourar, hehe. Esses são os pecados e maus pensamentos que nos perseguem... Vc já tentou tirar uma pedra grande dessa de uma terra molhada? Não é fácil, é duro, e depois que vc tira, fica um buraco enorme. Pois bem, é assim que eu imagino que seja com o barro, e na nossa vida... Vc pode até conseguir tirar a pedra, que já vai ser a parte mais difícil. Mas vai ficar um buraco, uma marca, e até a máquina girar, girar, o barro ir entrando e ir fechando o buraco....leva um tempo. Leva trabalho do Oleiro. Paciência. E Deus ainda faz tudo com carinho, gentilmente. Ele não usa martelo pra tirar as pedras, usa as próprias mãos, mesmo que o machuque.
O barro vai secando à medida que gira e gira. É como na vida. Nós vamos secando se andamos na vida sem Deus (por falta de disciplina, "falta de tempo" e de disponibilidade, falta de amor, work/study-aholic, depressão, orgulho, falta de temor), até que quando acaba toda a água e o barro seca, se der mais uma mexidinha, ele quebra, vira vários pedacinhos. Colapso mental, crises existenciais, doenças psicosomáticas. Por isso que para moldar o barro precisa que o Oleiro pegue água nas mãos, e jogando mais água no barro e moldando....diariamente nos moldando....transformando.... A água é o Espírito Santo. É através dele que Deus consegue nos acessar de dentro, e nos transformar.

2) Um jardim.
Eu gosto de jardim com espécies silvestres. São plantinhas delicadas e lindas. Singulares à sua maneira tímida. Esses são os nossos frutos e a partes boas da nossa personalidade. Mas... em volta dessas plantinhas todas tem um monte de capim alto, sem capinar. Não dá pra passear num jardim desses, fica roçando nas pernas, coça, e o capim bem selvagem corta a pele. Mas Jesus anda pelo jardim e arranca capim por capim. As plantinhas bonitinhas até estão ali, e Ele aprecia, porque ele tem a visão todo, de quão bonito aquele jardim ele fez pra ser e pode ficar, e é, em partes. Por isso que com cuidado, ele arranca o capim à medida que deixamos. Às vezes não damos liberdade e autoridade toda a ele, na entrega dos detalhes e atitudes do nosso dia a dia, ele só corta o capim, mas o mesmo volta a nascer. Quando entregamos mesmo nossa vida, quando ela não é mais nossa, quando nosso corpo é de Cristo e não é mais nosso... ele pode arrancar da raiz. Ele queima, celebra e dança! Depois ele senta, e aprecia o jardim, as florzinhas.
As árvores grandes são nossos valores. Eles são plantados quando somos crianças, e por isso que quando adultos, já são grandes. E mesmo adultos, como somos pecadores e teimosos, às vezes cortamos nossas próprias árvores. É uma tristeza geral, faz muita diferença no jardim, e um deslize desses devasta o Jardineiro. Do toco da árvore pode sair um galhinho novamente e se tornar uma árvore novamente. Mas só se pararmos de segurar os braços de Jesus, que toda hora quer novamente a árvore, ficar na frente dele, enrolando com nossas conversas cheia de desculpas.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Noé - filme

Anteontem assisti Noé no netflix com meu pai... A pegada no começo parecia ser meio simbólica, nada de uma superprodução como aqueles filmes de "Davi", "Jesus" que passa na sessão da tarde... Enfim, depois eu vi que na verdade não eram "simbolismos"... o filme todo tem vários erros dos fundamentos da história... Fica a coisa no ar para os curiosos assistirem e terem suas próprias opiniões. 

Só quis fazer este post sobre este filme, porque apesar de todos os erros horríveis q este filme tem em relação à história original, me pôs pra refletir uma coisa...

E se tivéssemos a fé que Noé teve, aplicada nas nossas vidas? Quanta fé e quanta bondade Deus achou nesse homem. 
Acredito que muita coisa seria diferente. Viveríamos de forma mais...direcionada, com mais afinco nas coisas que valem a pena. Deus seria tão palpável que seria inegável não viver completamente pra ele. 

O filme, mesmo com seus erros que chegam a atingir o caráter de Deus, trata com muita fé (mesmo) a existência de Deus. Por isso, valeu muito a pena.